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Relações possíveis

Reflexões sobre a relação madrastas, padrastos e enteados.

O modelo tradicional de família, caracterizado por pai, mãe e filhos que vivem juntos, já não é mais observado com tanta freqüência em nossa sociedade. O número de casais que se divorciam aumentou significativamente e, consequentemente, existiu aumento no número de novas uniões entre casais.

Família

Atualmente observamos um modelo de família onde filhos de relacionamentos anteriores compõem o cenário desta família recasada.  Neste formato, os membros da família podem ser pai, madrasta, filhos do novo casal e enteados que vivem juntos ou não. Como também mãe, padrasto, filhos do novo casal e enteados. Refletir sobre essa questão parece interessante para constituição de relações saudáveis.

Vamos considerar o papel da madrasta ou padrasto. Partimos de um referencial que, ao contrário do papel materno ou paterno, ser madrasta ou padrasto não surge a partir de um ideal infantil. Não costumamos ouvir de crianças, em suas brincadeiras e colocações: “quando crescer, eu quero ser madrasta!”. Este papel, até por influência dos contos de fadas, está relacionado aos conteúdos negativos no imaginário das crianças.

No entanto, a convivência e, principalmente, a comunicação funcional na família, pode contribuir para o bem estar de todos. É fundamental que o casal possa conversar sobre seus papéis, buscando esclarecer quais são as expectativas com relação ao desenvolvimento, cuidados e educação dos filhos. Participar da parte de lazer e diversão, parece simples a qualquer tipo de família. Os maiores desafios aparecem quando são necessárias conversas para resolução de conflitos. Compreender o que se espera do comportamento de cada um, é importante para estabelecer acordos. As crianças e, principalmente os adolescentes, devem ser ouvidos e suas opiniões ponderadas. Definir papéis, limites e direitos pode ser favorável para todos.

É importante entender a dinâmica desta relação familiar. Cada membro tem seu lugar estabelecido e pode se assegurar dele. Competições de grau de prioridade e importância favorecem o desentendimento e dificultam a comunicação, impedindo a resolução dos problemas.

Olhando para suas representações sobre essa vivência e história de vida, cada pessoa poderá encontrar o que há de melhor em si para cuidar dessa relação. Buscando avaliar seus sentimentos e papéis. Desta maneira, torna-se possível encontrar formas de se relacionar bem em família.

Sobre Fernanda Faustino

e-mail CRP 06/73983 Psicóloga formada pela UniFMU. Especialista em Psicologia Hospitalar pelo Hospital do Servidor Publico Estadual. Terapeuta de Casal e Família, especializada pela UNIFESP. Atendimentos em psicoterapia a crianças, adolescentes e adultos. Avaliação Psicológica. Terapia de Casal.