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Seu filho é hiperativo ou faltam regras e limites?

Sabe aquela criança que quando chega, a família reunida já olha com cara feia?

É difícil admitir, mas com frequência cada vez maior, crianças não são bem vistas em restaurantes, lojas e até mesmo em casa de parentes. O motivo, em geral, está associado a comportamentos socialmente inadequados como agitação excessiva, agressividade com as outras crianças e desrespeito às regras do ambiente.

Criança não nasce com todos os conhecimentos de convivência social previamente instalados em seus cérebros infantis. Criança aprende. E aprende rápido! O que você ensina as suas crianças?

Como nenhuma criança nasce com um manual que permita saber o que fazer diante de cada situação, os pais vão aprendendo a serem pais à medida que a necessidade se apresenta. Mas, muitas vezes, a necessidade exige uma resposta rápida, para a qual não estão realmente prontos. E nesse momento, os pais que abrem mão das regras e limites e ensinam algo aos filhos que não planejaram de maneira alguma.

A criança aprende que se quer que tudo aconteça do seu jeitinho, é só aproveitar momentos em que os pais estão cansados ou sem muito tempo para pensar. Claro que isso não é sempre planejado, mas uma vez que a criança descobre como conseguir o que quer, passará a repetir o comportamento.

É possível observar birras, pedidos persistentes em horas bem inadequadas para os pais, choro fácil, voz regredida e chantagens diversas, usadas como armas muito eficazes que vencem os pais com facilidade.

Criança precisa de carinho, atenção, ter suas necessidades básicas atendidas, brincar e ser protegida. Não importa a classe social, a religião, o lugar de moradia, todas precisam das mesmas coisas.

Há todo o tipo de variação nesses cuidados tão importantes, mas a proteção é geradora de confusão para os pais. O que é proteger demais? O que é negligência? Como saber?

Para acompanhar tantas dúvidas, as vezes a culpa se faz presente. O excesso de trabalho e o desejo de ter tempo para si mesmos, normalmente criam nos pais um terrível sentimento de culpa que muitos buscam apaziguar com brinquedos e alimentos apreciados pela criança, mas que em geral, não são saudáveis. Pode parecer divertido, mas a criança sofre. E o sofrimento é perceptível: crianças com dificuldades em manter um comportamento adequado na escola, sempre envolvidas em conflitos com amigos e muitas vezes, vitimas de obesidade.

Alguém possivelmente dirá que a criança é hiperativa. E em alguns casos, realmente pode ser. Mas em outros tantos, a criança necessitará de ajuda para compreender que seus comportamentos são de sua responsabilidade e que precisará tolerar frustrações, privações e respeitar regras, a fim de ajustar-se ao meio social e ser aceita.

Nesse cenário, a psicoterapia infantil mostra-se de extrema importância, tanto para a criança quanto para os pais que, ao acompanharem o filho, recebem orientações sobre como lidar com as regras e limites na atualidade, abrindo espaço para refletirem e construírem uma dinâmica familiar mais saudável .

Sobre Eliane Cardoso

e-mail CRP 06/75282 Psicóloga formada pela UniFMU, na área clínica. Realiza atendimentos a crianças, adolescentes, adultos e casais. Especialista em Orientação Vocacional/ Profissional. Atua em orientação a pais e familiares. Professora especialista em alfabetização com mais de 20 anos de experiência. Palestrante sobre temas como: “Comunicação entre pais e filhos”, “Sexualidade”, “Casamento e comunicação” e “Bullying”.